Janeiro em Livros

31 janeiro C. Vieira 0 Comments

Porque minha Meta de leitura, em 2018, é LER!

Neste novo ano, me prontifiquei a ler pelo prazer, sem estipular limites ambiciosos a ultrapassar e nem competir mentalmente para ler o mesmo número de páginas que bookaholics alucinados.

Mais que quantidade, este ano será um ano da busca pela qualidade da leitura, e da vida.


Janeiro 

Este primeiro mês do ano me surpreendeu. Em geral, eu começo tão devagar que apenas "engreno" em leituras lá para setembro. Mas, incrivelmente, terminei 2017 lendo livros que me empolgaram a continuar. Terminei alguns que estive lendo nos últimos anos, à conta gotas, e encontrei uma pérolas cativante que já faz parte do rol dos meus livros favoritos.

Mas falemos das leituras!


Perfume da Paixão, Jude Deveraux (ebook)

Então, comecei a ler este livro no final de 2017. Li no máximo duas páginas e decidi recomeçá-lo depois das festas de fim de ano. Foi o que fiz, mas a história no me prendeu. Uma sinopse que prometia mas que não passou disso. A história se arrasta, os personagens são chatos e estereotipados e ainda tenho dificuldade em não rir da diferença entre o português do Brasil e o de Portugal. Enfim, a autora tentou criar um romance água-com-açúcar misturados aos de espionagem e mistério. O mistério era chato, o mocinho, tedioso, e a mocinha cansativa. Podia mais, mas depois das dez primeiras páginas, eu decidi ler o livro todo por pura teimosia, porque a história é um desperdício de cérebro e papel, que estariam melhor se tivessem sido mantido como parte das árvores.
Foi uma leitura sofrega e que eu nem em sonho recomendaria.


Nota: 0,3/5


E como recomendaram este novo livro da autora queridinha do romance de banca, Julia Quinn!
Lançamento de 2017, ele parecia romper com a série de livros da família "Von Trapp", do qual, li alguns e apenas agradei de um. Mas voltando ao livro, a sinopse falava de espiões da coroa inglesa, à serviço de sua majestade, que trabalhavam contra colegas de profissão franceses na época das guerras napoleônicas.
Isto para mim, não foi um chamariz; foi quase que hipnose.
Porque eu amo pesquisar sobre a época destas guerras e a influência que teve, direta ou indireta, pelo resto do Globo. Até mesmo o Brasil foi "vítima" destas guerras já que, por conta de uma certa batalha entre ingleses e franceses, a família real portuguesa desabou aqui, em Pindorama. E isto é um fato histórico que um contarei de maneira mais completa.
E, mais uma vez, voltando ao livro, esqueçam de Napoleão Bonaparte, esqueçam tudo o que já leram/assistiram sobre espionagem, traição e morte na ficção. James Bond não descende dos espiões deste livro e acredito que seu criador deve estar estrebuchando no túmulo por Quinn zombar tanto do trabalho de espionagem.
Em geral, eu leio as notas dela ao final do livro para encontrar alguma lógica no que serviu para ela de inspiração. Mas neste livro, eu desisti. É um livro patético pela fraqueza da história - e, mais uma vez, de seus personagens parecidíssimos, sai livro, entra livro -, e que não conseguiu unir os dois motes que destacavam na sinopse - uma sinopse pode engrandecer ou matar um livro.
A mocinha parece ter um leve retardo mental (e eu não estou brincando quanto a isto!) e o mocinho parece um adulto que esqueceu de amadurecer.
Deu pena do livro. Vai ganhar uma nota pelo esforço que Julia Quinn teve em romper com a família Von Trapp.

Nota: 0,5/5



Comprei este livro ano passado e enrolei, desde então, para lê-lo. Apesar de ser um livro de ficção científica e do tamanho diminuto, não evoluí rápido na leitura quanto em Frankestein, que, por sinal, li em uma tarde. A história é interessante, a ideia do uso de substâncias que alterariam um organismo e mesmo a personalidade de um ser humano é digno de nota porque a história foi escrita no século XIX. Uma época que, apesar a revolução industrial estar a todo vapor (me desculpem o trocadilho!), estávamos a um século de distância de entendermos um pouco mais profundamente a questão das múltiplas identidades em um mesmo ser. Ou seja, é um livro digno de nota por estar à frente de seu tempo. Mas é só. O relato focando no advogado é massante. O "mistério" sobre o médico - e o monstro - não envolve. E, sinceramente, não senti pena ou senso de justiça com o final. Que na verdade, foi superficial e dava espaço para mais desdobramento.
Acredito que Stevenson escreveu de maneira mais envolvente sobre piratas.


Nota: 3/5



Eu tenho montes de livros sobre Cabul no Afeganistão, mas nunca me empenhei, de verdade, em ler um deles porque a única coisa em que penso é no sofrimento dos afegãos, invadidos e despojados de suas vidas a cada vez que alguém decide "salvá-los do inimigo". Que, na verdade, nem sempre é do povo do país, mas sim do invasor ou criado pelo mesmo.
Mas me arrisquei com este livro e me encantei em olhar aquele povo sofrido como também belo e rico de histórias.
O livro conta a história de cinco mulheres que tem os caminhos cruzados pelo destino. Fala de seus sofrimentos, lutas e anseios e mostra, ainda que pouco o quanto mulheres são o mesmo que nada em um mundo machista.
O final é justo; e seria melhor se o fosse para cada mulher real que lá se encontra cada Jamila encarcerada, torturada e maltratada que espera por justiça e liberdade de ser quem é.
É um livro que dói mas que mostra o quanto o povo afegão vive e segue sob a esperança.
Oxalá, ELAS e eles a obtenham um dia.


Nota: 5/5



Wyvern, o Dragão Alado, A. A. Attanasio (livro)


Nossa, a quanto tempo eu estou lendo este livro!
Para mim, se tornou um livro para a vida. Acho que comecei a lê-lo a mais de dez anos, mas sempre me segurei para terminá-lo porque é muito bom. Este ano, eu decidi que precisa dar um desfecho a esta leitura e o coloquei em minha meta pessoal e o terminei em um piscar de olhos. E olha que é um calhamaço daqueles!
Mas Wyvern tem os elementos de que mais gosto na literatura: aventura, misticismo, ciências e História... É um leque de temas agrada a todos os amantes do mundo dos livros. Cada página, cada capítulo é uma nova descoberta. Até o Brasil e o sofrimento dos africanos sequestrados e trazidos à força para cá é tema.
Gosto da percepção do protagonista sobre os tais avanços civilizatórios do Ocidente que, na verdade, não passam de justificativa para invadir e pilhar. É triste o quanto ele percebe que seria melhor se o mundo permanecesse como o estado em que viviam o seu povo originário. Mas, infelizmente, como em um livro, não dá para alterar suas história depois de escrita e lançada no mundo.

Wyvern é um livro que me marcou e que eu recomendo.


Nota: 5/5



Walden, Henry David Thoreau (ebook)

 "... se uma pessoa avançar confiantemente na direção de seus sonhos, e se
esforçar por viver a vida que imaginou, há de se encontrar com um sucesso inesperado nas horas rotineiras. Há de deixar para trás uma porção de coisas e atravessar uma fronteira invisível; leis novas, universais e mais abertas começarão por se estabelecer ao redor e dentro dela; ou as leis velhas hão de ser expandidas e interpretadas a seu favor num sentido mais liberal, e ela há de viver com a aquiescência de uma ordem superior de seres. A medida que ela simplificar a sua vida, as leis do universo hão de lhe parecer menos complexas, e a solidão não será mais solidão, nem a pobreza será pobreza, nem a fraqueza, fraqueza. Se construístes castelos no ar, não terá sido em vão vosso trabalho; eles estão onde deviam estar. Agora colocai os alicerces por baixo."

E assim se encerra minha aventura acompanhando Henry David Thoreau. Jamais imaginei que terminaria este livro, porque eu não queria terminá-lo. Ler pequenos trechos dele ao longo dos últimos anos era como viajar para um lugar tranquilo e onde a natureza era real em comparação à capital do Estado em que vivo. E este lugar de paz era o lago Walden.

Porém, como Thoreau bem lembrou se verdadeiramente se quer desbravar o mundo, primeiro deve fazer algo simples: Conhecer a si mesmo.

Foi com enorme prazer que li a última página e percebi que valera a pena.

Walden é um lugar que se tornou atemporal; ao menos o lago Walden que Thoreau visitou, que não é mais o mesmo que existe no presente. E, para ele, eu convido a todos que desejam aventurar-se para além deste mundo moderno e frenético em que vivemos.




Nota: 5/5




Então, estas foram as leituras deste primeiro mês do ano. Estou gostando muito da falta de pressão que coloquei em mim para ler e acredito que esta deva ser a maneira que devemos seguir para que os livros nos satisfaçam de maneira prazerosa.


Até a próxima!

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